quinta-feira, 22 de julho de 2010

Transmutação

Foi-se com o tempo a fantasia
Os milagres que nunca alcançaram
As inocentes almas em rebeldia
Que pra mitos e deuses jamais faltaram

Foi-se com o tempo a fantasia
De promessas e devaneios, enfim
Inda ingênua esperança emergia
Maquiada numa mentira chinfrim

Foi-(ce) o muro junto à idolatria
E dentre àquelas forças, o forte martelo
Que a tantos impingiu branca magia
Mas faliu por bagatela; virou mero cutelo

Foi-se também a nova ordem imperial
Que veio pra impor e se locupletar
Modo infalível pra manipular global
Um engodo lodoso vindo pra enganar


A onipotente história haverá de passar
A mostrar o jeito como um dia será
O só desejar não basta pra transmutar
Pois tudo passa, um dia você verá

2 comentários:

Éder Fogaça disse...

A transformação da vida que instiga e assusta. Daí deve vir a coragem que, impulsionada pela possibilidade de prazer, paga o preço angustiante do risco. Belíssima poesia. Um abraço de gratidão do
Éder.

Maria Paula Alvim disse...

Olha só... o Beto manda tão bem nos versos quanto nos curta metragem. Que bom ter descoberto seu blog. Abração.